domingo, 25 de março de 2012

Filmes esqueisitos...



Procurando esquisitices automobilísticas na internet, por diversas vezes tropecei em um filme chamado Two-Lane Blacktop, de 1970, dirigido por Monte Hellman, tendo James Taylor como "The Driver" e Dennis Wilson (baterista dos Beach Boys) como "The Mechanic".
Piloto e Mecânico dividem um Chevy 55 fuçado pra arrancada. Eles rodam por vários estados americanos em busca de outros carros fuçados para desafiar e levantar uma grana pra se manterem...
Em um determinado momento, enquanto estão parados em um Café comendo cheeseburgers, uma garota simplesmente entra no carro com "mala e cuia". Os caras voltam pro carro e seguem pela estrada com a garota de carona... Simplesmente vão pro leste... Legal, ela nunca conheceu o leste....
Eles cruzam algumas vezes com um Pontiac GTO 1969 pilotado por um carinha de meia idade que cata caroneiros (Warren Oats, que também não tem nome no filme) e inventa todo o tipo de histórias sobre seu passado. O carinha do GTO tenta desafiá-los várias vezes mas sempre é ignorado... Em uma de suas histórias chega a dizer que está sendo seguido por 3 estados pelos caras do Chevy, mas não vai perder seu tempo com "uns carinhas que montaram um carrinho na garagem de casa".. Afinal, ele tem um Pontiac GTO –The Judge – com um motor de 400pol³ e 400Hp... "Tá escrito ai no folheto, pode ler" diz ele....
Enfim, eles se encontram em um posto na estrada e depois de algum diálogo, propõem um desafio até Washington DC.. Correndo por estradas secundárias, quem chegar primeiro (aonde?) leva os dois carros, cujos documentos foram enviados pelos correios (para aonde?).
Ao invés de competir eles viajam juntos... Em uma cidadezinha, enquanto estão lanchando, são confundidos com hippies pelo "boyzinho" local, afinal, são dois cabeludos viajando em um carro velho com uma garota.... O "Catador de caroneiros" logo aparece para apaziguar dizendo que o "nome que esqueci" que é casado com a Mary e seu irmão, são dois ótimos pilotos que estão sendo empresariados por ele. Estão a procura de pistas de arrancada para desafiarem os melhores pilotos da cidade....
Na tal da pista, os caras fazem algumas puxadas, ganham, e após surrar uma Corvette, "The Driver" pergunta pela garota e "The Mechanic" (ninguém tem nome nesse filme) avisa que ela foi embora com o GTO. Muito "BAVO" ele resolve ir atrás dos dois... Quando os alcança em um Café, com a mesma cara inexpressiva, pergunta se ela quer, depois que chegarem em Washington, viajar com ele até Miami.... Ela diz que não, sobe na moto de um carinha que comia uma tigela de cereais no balcão e o filme acaba......
Gosto de filmes com carros, pois geralmente são agitados e barulhentos.. Mesmo que não tenham uma trilha sonora legal, os carros e correrias garantem algum interesse....
Bullit é bem tosco.. A história é fraca, mas tem a melhor cena de perseguição de todos os tempos, com 10 minutos de barulheira, correria, borracha queimada e lata amassada...
Vanishing Point também já assisti, mas não lembro se foi o original ou o remake de 1997. Vale pela correria e a música.. Sim, foi o de 1997, com Peta Wilson e Viggo Mortensen.....
Esse é muuuuito tosco!! Nele, James Taylor não canta e Dennis Wilson não toca.. É bastante silencioso... A única música que me lembro, foi quando a "Garota" estava cantarolando Satisfaction dos Stones.... É lento.. Chato.... Na sinopse falam de The Doors e uma versão de "Me and Bobby McGee" cantada pelo autor Kris Kristofferson.
To curioso pra encontrar "KING OF THE MOUNTAIN" de 1981… Deve ser a mesma tosqueira!! E The California Kid, com Martin Sheen, o pai do Charlie de "Two and a half man"…

Two Lane Blacktop 


Vanishing Point

Freedom Of Expression


Marcello CB
Rio de Janeiro


sábado, 24 de março de 2012

Fusca Fittipaldi Bimotor...



O Fitti-Fusca de oito cilindros com dois motores acoplados

O carro foi construído por Nelson Brizzi (mecânico chefe), Ary Leber (projeto de carroceria) e Ricardo Divila (projeto de chassi e suspensão), Darci ( foi mecânico dos Fittipaldi até a Fórmula 1) e José Deusdedith (solda e chapa),  em aproximadamente um mês. Seus dois motores VW ligados por uma junta elástica "Giubo", de borracha, formando um único motor de oito cilindros e 3,2 litros de cilindrada, 1,6 por motor, que geravam 400 cavalos, empurrados por metanol.
De uma revista de dragsters norte-americana, Ary Leber tirou a idéia para fazer um carro rapidinho, nos dois sentidos: juntar dois motores e construir um protótipo para enfrentar as máquinas importadas de mais de 400 cv.
Mas tinha uma grande diferença em relação aos dragsters: ele tinha que fazer curvas... Ary conversou com o Brizzi que de imediato se empolgou e acreditou na possibilidade da idéia, em seguida conversaram com o Wilsinho e com o Ricardo Divila que também se empolgaram. Aprovada a idéia, em aproximadamente um mês o bimotor, batizado de Fittipaldi-3200, ou a "cadeira elétrica", ficou pronto!
Como o carro pesava 420 quilos -- a carroceria de fibra pesava 17 quilos -- dava quase um cavalo para cada quilo. O câmbio de cinco marchas era de um Porsche 550/1500 RS, assim como os freios a tambor e o sistema de direção.
A suspensão dianteira era Porsche com barras de torção semelhante a do Fusca, a traseira era em parte de Formula V com molas e amortecedores redimensionados. As rodas de liga leve tinham nove polegadas na frente e 10 atrás. Sua primeira corrida foi no Rio. Nos treinos de classificação, um terceiro  lugar com sabor de vitória, com o Alfa P33 do Môco em primeiro, o Ford GT 40 do Sidney em segundo e na frente da Lola T70 dos irmãos De Paoli.

Fusca
Mas como o tempo era escasso, não havia como elaborar desenhos, o carro foi feito a base de rascunhos, e a receita era bem simples: em um chassi de Fusca cortado, no túnel central foi soldado um tubo de grande diâmetro que serviu de base para ancorar, na parte traseira, um chassi tubular curto, e os braços e quadro da suspensão traseira provenientes de um Fórmula-Vê (carro monoposto com motor VW). Ainda partindo do tubo de ancoragem saiu o "santantonio" e a gaiola que formou a cabine.
Os dois motores de Volkswagen 1600 foram montados entre-eixos sendo que o dianteiro teve a carcaça usinada em toda parte traseira, na região onde fica originalmente a embreagem e fixação com o cambio, para permitir a aproximação dos virabrequins que tinham um flange adaptado nas extremidades, sendo, então, ligados por meio de uma junta elástica Giubo -- usada no cardã (árvore de transmissão) dos então FNM 2000 -- resultando em um motor de oito cilindros contrapostos, colocados entre eixos, essa junta permitia um certo "desalinhamento e jogo" entre os dois motores.
As duas máquinas mesmo acopladas trabalhavam de maneira independente cada uma com seus sistemas próprios, portanto, era necessário existir equilíbrio no funcionamento, principalmente no que se refere ao sistema de ignição, para isso os virabrequins foram montados defasados em 90°, porque assim seria possível uma centelha a cada ¼ de volta o que proporcionava um excelente balanceamento com bastante simplicidade na regulagem dos motores. O ronco dos oito cilindros numa saída única do escapamento, um verdadeiro "ninho de cobras", calculado pelo "Inglês" era devastador. O primeiro giro do motor em público, feito em Interlagos, fez com que a pequena multidão em torno do carro se afastasse da traseira, não era possível manter a integridade dos tímpanos com aquele urro por lá.
O sistema de refrigeração era por ar de impacto, não existindo ventoinha. Tinha ainda dois grandes radiadores de óleo montados na dianteira. Na versão inicial não havia gerador. Para sustentar o motor era colocada uma bateria carregada que devia durar um tempo, a partida era dada com uma bateria auxiliar externa de 24 volts num motor de arranque "envenenado" pra virar tudo aquilo.
O câmbio, de cinco marchas, era de um Porsche 550/1500 RS, que se encaixava no motor, a trambulaçâo foi totalmente projetada e feita pelo Brizzi, um mestre nisso. A suspensão dianteira era Porsche, com barras de torção; e a traseira, o mesmo semi-eixo oscilante Volkswagen, só que com molas helicoidais, o mesmo esquema dos Fórmula-Vê. Como não deu tempo de colocar freios a disco, foram usados os modelos a tambor do mesmo Porsche que forneceu o câmbio e também o sistema de direção.
As rodas eram em liga leve da Italmagnesio, de 9 polegadas de largura na frente e 10 atrás, usava pneus Firestone Indy, os primeiros "slick" que apareceram no Brasil.  Para cobrir tudo, foi feita, pela Glaspac, uma carroceria em plástico reforçado com fibra de vidro moldada em cima de uma de Fusca. Era praticamente uma peça única (a parte traseira abria por inteiro deixando toda a mecânica à mostra) e ficou pronta em dois dias, pesando apenas 17 quilos !
Em princípio foi fabricada uma casca única e muito fina, que uma vez em cima do chassi foi cortada na parte central e reforçada com mantas de fibra e uma pequena estrutura de tubos de alumínio para suportar as dobradiças que basculavam toda a traseira. O pára-brisas foi montado inclinado para trás em relação à posição original do fusca e fixado no "santantonio" dianteiro da gaiola que estruturava a cabine,  o objetivo disso era que ficasse um vão entre o teto e o pára-brisas e que esse vão permitisse a entrada de ar que foi canalizado por um falso teto interno (como uma caixa) e distribuído por mangueiras flexíveis que refrigeravam os cilindros do motor. Uma outra vantagem disso é que aliviava a alta pressão do ar na região do pára-brisa melhorando um pouco a aerodinâmica ao mesmo tempo em que enrijecia a área central do teto.
Um ponto que de imediato precisou de reforço foram as portas que se abriam na parte superior devido a pressão aerodinâmica. Esse problema foi resolvido aplicando-se com resina e manta de fibra, um tubo de alumínio nas canaletas das portas.
Foi feita uma "parede de fogo" entre o compartimento do motor e a cabine para segurança e conforto do piloto. Um cuidado sempre constante era de que ninguém resolvesse ajudar empurrando o carro, a casca facilmente trincaria se forçada no lugar errado.
Uma curiosidade: pelo regulamento, para correr na categoria esporte-protótipo da época, o carro deveria ter dois lugares. Resultado: o segundo banco era também o tanque.
Os motores acabaram recebendo um bom tratamento. A cilindrada, por meio de kits Okrasa, pulou para 2,2 litros em cada motor, totalizando 4,4 litros. Comandos de válvulas especiais, virabrequins roletados, quatro carburadores duplos Weber 45 e radiadores de óleo do motor, colocados no lugar do pára-choque dianteiro, completavam o preparo. As ventoinhas de refrigeração, para ganhar potência, foram retiradas. O resfriamento era feito através de tomadas de ar, que vinham do pára-brisa inclinado. O combustível era metanol e Nelson estima que os motores tinham mais de 200 cv cada (400 cv no total), que, aliados aos 412 kg em ordem de marcha, davam uma boa relação peso-potência.
Estréia
O carro, pintado de laranja com uma faixa branca lateral, pintura oficial da equipe Fittipaldi, andou pela primeira vez, em Interlagos, em novembro de 1969. Aprovada, a "cadeira elétrica" rumou para o Rio de Janeiro, para fazer os treinos de classificação para a prova 1000 Quilômetros da Guanabara. José Carlos Pace, o Môco, fez o melhor tempo com a Alfa Romeo P-33, com motor V8 de 2 litros: 1m. 28,8 s., o Sidney fez o segundo tempo com o Ford GT40 em 1m.29.8s. e a surpresa: o Fitti-VW, com Wilson Fittipaldi Junior, ficou em terceiro, com 1m36,3s, na frente do Lola e dos AC!
O Fitti-VW não terminou a corrida, quebrou o câmbio. Em 18 de novembro de 1970, correu em uma prova em volta do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Dessa vez foi a junta de borracha Giubo - que unia os dois motores quebrada, um problema que se repetiu várias vezes.
Logo em seguida, Emerson, Wilson e Ricardo Divila foram para a Europa. Adu Celso, piloto brasileiro que corria no mundial de motociclismo, e que estava começando a carreira, comprou o carro. Retirou um motor para ganhar confiabilidade. Fez algumas corridas sem resultados positivos.





Marcello CB
Rio de Janeiro


quarta-feira, 14 de março de 2012

The Avengers...



Os Vingadores....


Marcello CB
Rio de Janeiro


domingo, 11 de março de 2012

Publicações...

É possível publicar no blog a partir do email?



Marcello CB
Rio de Janeiro


sábado, 10 de março de 2012

BRABHAM BT52 e o mais poderoso motor da F1 de todos os tempos
Ao trabalhar com novos blocos dos motores M12 quatro cilindros turbinados, os engenheiros da BMW encontraram problemas com o amaciamento. Além disso, as arestas ainda não aparadas no interior do motor e a fragilidade do material recém-usinado simplesmente faziam ele não resistir às enormes potências, superiores aos 1000cv (a F1 vivia os bons tempos do turbo...) Resultado: QUEBRAVAM.
A solução, por incrível que pareça, foi encontrada na rua. Engenheiros da marca alemã, comandados por Paul Rosche, que tinha uma relação muito estreita com Nelson Piquet, considerando-o como um piloto de testes perfeito, resolveram testar antigos blocos com mais de 100.000 Km de uso, que por serem mais surrados, já haviam passado por todos os processos de fadiga e mudanças de temperatura possíveis. O motor escolhido foi o M10 2.0 litros do sedã 2002tii de 1969, que na versão original gerava até 120cv. Para aumentar seu giro (até 11.000RPM) e se enquadrar no regulamento da categoria para motores turboalimentados, a cilindrada foi reduzida para 1.500cm³ e seus componentes móveis internos foram substituídos por novos devidamente forjados e alguns reforçados por avançados processos de têmpera. Mas isso era só o começo. Resultados incríveis estavam por vir.
Com 6Kg de pressão exercídos pelo turbocompressor, a BMW chegou a gerar 1.500cv com um motor de capacidade volumétrica menor que a de uma garrafa pet de refrigerante. Esse é, até hoje, o carro mais potente da história da F1, que por sinal ajudou o piloto brasileiro Nelson Piquet a conquistar o título de 1983 da categoria pela equipe Brabham, que usava os motores “recondicionados” da fabricante alemã.
Fontes: 
Revista FullPower - Edição 103
http://www.research-racing.de/bmwturbo.htm